A revolução tecnológica, a automação e a mudança de valores das novas gerações estão remodelando profundamente o mercado de trabalho e as expectativas profissionais.
A nova geração e a preferência por trabalhos tecnológicos
É inegável que as gerações mais jovens, crescendo em um ambiente digital, têm uma afinidade natural com a tecnologia. Eles buscam ambientes de trabalho que valorizem a criatividade, a flexibilidade, o propósito e, sim, o uso de ferramentas digitais. Trabalhos repetitivos, fisicamente exigentes ou com pouca autonomia tendem a ser menos atraentes para muitos. Isso não é necessariamente uma falha, mas uma evolução das expectativas e das condições sociais.
A carência de profissionais em setores tradicionais
Como consequência, observamos uma escassez de mão de obra em setores que historicamente dependem de trabalho manual ou que são percebidos como “menos charmosos”, como a indústria, a agricultura, a construção civil e certos serviços. Esses, muitas vezes, não conseguem competir com a atração de empregos que oferecem melhores salários, condições de trabalho mais confortáveis ou um maior senso de realização pessoal, especialmente se não modernizam suas operações e cultura.
O Futuro do processo produtivo:
Um cenário preocupante?
O futuro do processo produtivo é preocupante. Se não houver gente para operar as máquinas, construir as casas ou cultivar os alimentos, a economia e a sociedade como um todo sofrerão. No entanto, é importante considerar que o futuro não é estático e as sociedades tendem a se adaptar.
Como resolver a questão é sem dúvida o grande dilema
Mas tudo passa pela Automação e Robótica: Para trabalhos repetitivos e fisicamente exigentes, a automação e a robótica continuarão a ser soluções cada vez mais viáveis e necessárias. Isso não elimina completamente o trabalho humano, mas o redefine, exigindo pessoas para programar, manter e supervisionar essas máquinas.
O que farão as pessoas sem qualificação que não querem trabalhos braçais?
Este é talvez o ponto mais crítico. Se houver uma grande parcela da população sem as qualificações para os novos trabalhos tecnológicos e que também rejeita os trabalhos manuais, enfrentaremos sérios desafios sociais, incluindo o aumento do desemprego estrutural e da desigualdade e a necessidade de o setor público ter de sustentar essa camada da população economicamente ativa, mas funcionalmente analfabeta e incapaz para o trabalho.
Em suma, a situação é complexa e exige uma abordagem multifacetada, envolvendo governos, empresas, instituições de ensino e a própria sociedade. Não há uma solução única, mas sim um conjunto de adaptações e investimentos contínuos para garantir que a revolução tecnológica beneficie a todos, e não apenas uma parcela privilegiada da população. O desafio é grande, mas também abre portas para novas formas de organização social e econômica.


