Conforme o vereador Paulo Pereira, esta é uma forma de homenagear o empresário pelos relevantes serviços prestados em diversos segmentos do nosso município
O vereador e presidente do Legislativo, Paulo Pereira (PDT), apresentou na última sessão realizada na Câmara, terça-feira, 16, indicação ao executivo municipal, sugerindo que seja incluída no Projeto de Revitalização do Cine Rodeio das Minas do Camaquã, a construção de uma estátua em tamanho real do empresário Francisco Matarazzo Pignatari (Baby Pignatari).
Empreendedor nato, fundou em 2 de setembro de 1942, e autorizada a minerar em 22 de outubro de 1942, a: Companhia Brasileira do Cobre – CBC (nas Minas do Camaquã, 3º Distrito de Caçapava do Sul/RS).
Conforme o vereador Paulo Pereira, esta é uma forma de homenagear o empresário pelos relevantes serviços prestados em diversos segmentos do nosso município.
“O Pignatari foi o principal responsável pelo desenvolvimento da localidade das Minas do Camaquã, dentre suas obras estão a construção de uma cidade, para atender seus funcionários da CBC. Diversos vilas, onde existia hospital, com gabinetes médicos e odontológicos, cinema, rodoviária, clubes de lazer, campo de aviação, uma verdadeira estrutura, onde viveram cerca de 5 mil habitantes, no auge da mineração. ”
Neto do Conde Francesco Matarazzo – migrante italiano que construiu um império econômico no Brasil -, o fundador das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, Baby, como era conhecido o empreendedor nascido na Itália, foi um personagem singular na vida econômica e social do país.
Em 1942, foi convidado para uma conversa com Getúlio Vargas, que lhe ofereceu participação na recém-criada Companhia Brasileira de Cobre, para explorar as minas de Caçapava do Sul. Baby aceitou, depositou o valor correspondente à sua parte e tornou e seria, dali para a frente, o rei do cobre no Brasil.
Não demorou para que a área isolada no interior do Rio Grande do Sul ganhasse cara de cidade, construída com base na hierarquia da empresa. A casa de Baby foi erguida no topo mais alto da vila _ é das poucas que seguem preservadas. Ostentava piscina térmica no tempo em que o recurso era novidade e um sistema de calefação com uma chaminé gigante, forjada em cobre, no meio da sala. Os diretores ganharam imóveis nos terrenos mais elevados e centrais, enquanto empregados intermediários ficaram um pouco mais afastados. As áreas periféricas abrigavam os mineiros, em casas geminadas.
As visitas do empresário eram marcadas por eventos festivos e fartos churrascos em praça pública. Havia festas religiosas e, no Natal, todas as crianças ganhavam presentes. Ele incentivou ainda a criação do Minerador Atlético Clube, time de futebol patrocinado pela CBC, que disputou campeonatos regionais. A comunidade se mobilizava para recepcioná-lo: um grupo de crianças uniformizadas agitava bandeirinhas na pista de pouso do avião, por vezes pilotado por ele mesmo.
Apesar de ser lembrado como um homem generoso, especialmente com os mais pobres, Baby era reconhecido também por ser exigente e pouco tolerante a erros. Aqueles que descumpriam as regras de convivência ou o decepcionavam eram prontamente expulsos da vila.
No interior gaúcho, tinha quase 1,5 mil empregados. A relevância econômica da região levou o presidente Emílio Garrastazu Médici ao local para inaugurar, na década de 1970, um novo engenho. Os governadores Amaral de Souza e Walter Peracchi Barcelos também estiveram na vila.
Mas a conjuntura se modificou e, em 1974, Baby devolveu a CBC ao governo e deixou Minas do Camaquã. Em uma carta de despedida, disse lamentar que a circunstância fosse privá-lo “do convívio dos amigos e colaboradores” e agradeceu as “provas de amizade” da comunidade.
O empresário ítalo-brasileiro Francisco “Baby” Matarazzo Pignatari faleceu três anos mais tarde, no dia 27 de outubro de 1977, aos 60 anos de idade, devido a uma leucemia.
Créditos das Fotos: Ralph Crane and Dmitri Kessel/The LIFE Picture