A Casa de Cultura Juarez Teixeira inaugura neste sábado (24) a exposição Bombas de Chimarrão – Expressões de Identidades Culturais, com 10 painéis que traçam o histórico deste artefato, desde seu primeiro registro até os utensílios atuais, emais de 50 peças relacionadas ao tema, como bombas, cuias, térmicas, chaleiras, mateiras e antigas propagandas de erva-mate, pertencentes ao acervo da CCJT e a outros colecionadores.
Os painéis apresentam o resultado da pesquisa de mestrado do designer Ricardo da Silva Mayer em Patrimônio Cultural na Universidade Federal de Santa Maria e fazem parte de uma exposição itinerante, apresentada anteriormente em Santa Maria, São Pedro do Sul, Ijuí, Bagé e Porto Alegre. O estudo deu origem ao primeiro livro específico sobre bombas de chimarrão, com 80 páginas coloridas e ilustrado com cerca de 150 imagens, à venda na Casa: Bombas de Chimarrão – Origens, Tradição e Cotidiano.
A obra foi lançada em Caçapava do Sul em 2021 pelo autor, também palestrante da primeira edição da Feira do Livro sem Fronteiras.
Mayer destaca que a pesquisa documental, feita em livros e documentos a partir do século 16, em várias línguas, e imagens pouco conhecidas datadas a partir do século 18, revelou dados surpreendentes sobre a origem da bomba, colocando em xeque, por exemplo, a ideia de sua origem indígena. “A bomba tal como a conhecemos é fruto da busca de soluções para filtrar a infusão da erva-mate realizada pelos conquistadores espanhóis na América do Sul, entre os séculos 17 e 18, quando floresceu o ofício da prataria”, afirma. Ele acrescenta que no Brasil, durante o século 19,o desenvolvimento das bombas coincide com o estabelecimento das tradições gaúchas e a estética da prataria regional, conforme revelam peças localizadas e fotografadas em museus e coleções particulares.
CURIOSIDADES – Além dos painéis, a exposição apresenta mais de 20 bombas de diferentes tipos de materiais e tamanhos e pelo menos 15 cuias de distintos formatos, além de um dos primeiros modelos de garrafa térmica, em alumino e tampa de rolha, da década de 1960. Entre os destaques do acervo, um conjunto de abotoaduras em forma e cuia e bomba de meados do século 20, que foi de Rubem Teixeira, e uma bomba “higiênica”, modelo que permite a troca das ponteiras.
LIVROS – Os visitantes da exposição poderão adquirir os livros Bombas de Chimarrão – origens, tradição e cotidiano, de Ricardo da Silva Mayer, Parando Rodeio nas Lembranças, de Juarez Teixeira, que possui um capítulo inteiro sobre o chimarrão, e A Lenda da Erva Mate, de Melania de Melo Casarin, André Krusser Dalmazzo e Ricardo Antunes Machado, que é apresentado na forma bilíngue LIBRAS e Português, sendo um incentivo às comunidades surdas.
CASA DE CULTURA JUAREZ TEIXEIRA
Aberta de quinta à domingo, das 10h às 12h e das 14h às 17h30.
General Osório, 730. Entrada R$ 5.
Whatsapp 55 99696.1582