A arrecadação total das receitas federais no mês de fevereiro de 2023 somou R$ 158,9 bilhões. Este valor representa um crescimento real (já descontada a inflação) de 1,28% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Embora o avanço com relação a fevereiro de 2022 tenha sido pequeno, nós precisamos lembrar que os números do ano passado já haviam sido os melhores para o mês desde o ano 2000.
Em janeiro, nós tivemos uma conquista semelhante. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, a arrecadação já somou R$ 410,7 bilhões.
Isso significa que agora temos um novo recorde para este período do ano, e que 2023 vem registrando o melhor desempenho arrecadatório do Brasil desde a virada do século.
Análise
O Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) totalizaram 30,8 bilhões de reais, rendo registrado um crescimento real de 12,12% na comparação com fevereiro passado.
Estes dois tributos incidem sobre as margens de lucros das empresas e, de fato, este indicador foi puxado para cima por um crescimento nominal de 12,88% nos pagamentos sobre a estimativa mensal. Além disso, tivemos ainda R$ 2 bilhões em pagamentos atípicos feitos por empresas ligadas ao setor de commodities.
O avanço dos valores de CSLL foram puxados, principalmente, por um aumento de 64% nas contribuições pagas por entidades financeiras, ou seja, por bancos e por empresas de crédito.
Outra receita que merece destaque é o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos do trabalho, que respondeu por R$ 14 bilhões ou quase 10% da arrecadação total do mês. Este item teve um crescimento real de 12,11% na comparação com o mesmo período de 2022.
Aqui, cabe um esclarecimento: o valor total do IRRF sobre salários de trabalhadores ativos cresceu 10,66%; o que puxou o aumento da soma geral deste item foi, mesmo, o IRRF sobre aposentadorias, que cresceu 33%.
Enquanto isso, o IRRF sobre participação nos lucros e resultados (ou seja, sobre aquilo que os empresários e sócios de empresas pagam a si mesmos) teve uma pequena queda, de 1,03%.
O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no geral, teve uma queda de 13,69%. Mais detalhadamente, esta queda deu-se em quase todas as categorias do IPI: fumo, bebidas, importação, etc. Apenas o IPI sobre Automóveis apresentou um crescimento, de 11,34%.