Incentivar compra de veículos é a solução?

Colunistas Geral

Estamos vivendo um período complicado na economia brasileira, inflação, crise política, governo paralelo do judiciário, tudo isso gera uma grande instabilidade na economia principalmente para quem pretende investir no Brasil. Essa instabilidade atinge o sistema nervoso da economia e como consequências, perda de postos de trabalho, fechamento de empresas, encarecimento do crédito, dificuldades de toda a ordem para quem deseja investir nesse país que tem tudo para ser uma potência, mas que insiste em continuar a caminhada por terrenos perigosos de países com uma história de fracassos.
O governo Federal que continua mais preocupado em punir quem do outro lado estava na eleição passada, precisa tomar pé da situação e começar a governar, sua primeira preocupação é o setor automotivo, faz sentido, já que tem sua origem no ABC Paulista, mas é preocupante pensar que reduzir os preços dos carros e estimular a troca de caminhões vai de alguma forma ajudar na economia. Minha preocupação se baseia nos números, pois dar um desconto de R$2.000,00 a R$4.000,00 mil na compra de um carro não vai fazer muita diferença no estágio atual de inanição da economia, com um povo sem espaço para endividamento. A capacidade instalada de fabricantes de automóveis está em torno de 4,5 milhões de unidades por ano no Brasil. No entanto, praticamente metade dessa capacidade está sendo produzida e faz tempo que está nesse patamar, chegamos a um teto com a elevação dos preços de veículos, hoje carro novo está longe do alcance da maioria dos brasileiros. Mesmo o tal de carro popular que desejam reativar, dificilmente será num preço que possa ser um bem de consumo para muitos.
Mas é compreensível, os preços dos nossos carros estão entre os mais caros do mundo, fica difícil entender porque o mesmo carro fabricado nos Estados Unidos vale muito menos lá, será que é a nossa ineficiência produtiva? Será a nossa carga tributária? Será o peso da folha de trabalho com seus penduricalhos incluídos por sindicatos? Acho que é um somatório de tudo isso e quem paga a conta no final é o povo que tem um preço muito aquém dos mesmos bens produzidos em outros países.
Estamos vendo os brasileiros se distanciando da compra de coisas importantes, não apenas de um carro novo, mas da casa própria, até mesmo um eletrodoméstico está ficando mais distante, uma TV que hoje custa perto de R$ 3 mil entre outros bens que subiram muito na contramão dos salários que não tiveram o mesmo aumento. Então a hora é de incentivar todo o setor produtivo, com juros subsidiados pelo BNDS que hoje empresta a fundo perdido para outros países que não irão pagar.
Outro grande problema é a falta de vontade de trabalhar de uma parcela grande da população, que incentivada pelos auxílios do governo prefere ficar parada do que trabalhar, isso é gasto de dinheiro público sem retorno em produção de bens e serviços e até mesmo de impostos que irão financiar esses dispêndios.
Hoje nesse país poucos sustentam muitos, esses poucos são do setor produtivo que precisam trabalhar pra eles e pelos outros, a conta tá ficando pesada e se os governantes, funcionalismo público, sindicatos e demais entes públicos continuarem a punir quem produz riqueza, renda, empregos e impostos a situação pode piorar para todos.

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