Cooperados reduziram a área plantada em 20% na comparação com o ano passado
Dados do Departamento Técnico da Cotrisul apontam que a lavoura de trigo ocupa 20 mil hectares na região de abrangência da cooperativa e deve alcançar produtividade média de 50 mil sacos por hectare. O volume é próximo ao estimado pela Emater-RS como média estadual: 51,6 mil sacos por hectare.
Segundo a autarquia, no estado o trigo ocupa 1.312.488 hectares. Embora a área plantada pelos associados da cooperativa tritícola nesse ciclo seja cerca de 20% inferior à cultivada no ano passado, a expectativa é que a sanidade do produto seja melhor.
“Estamos entrando num momento crucial para garantir a qualidade do grão. Essa é a hora em que os produtores precisam estar próximos dos técnicos para garantir o manejo mais adequado. Com o retorno das chuvas, as condições se tornam propícias para o surgimento de fungos como o oídio”, pontua o subgerente do Detec, Bruno Zago, ao observar que na região o plantio foi tardio.
As condições climáticas atrasaram a implantação da lavoura e levaram alguns produtores a desistirem de plantar trigo nesse ano. O reflexo deste atraso vai empurrar também a colheita – que deve acontecer a partir da segunda quinzena de novembro, na área da Cotrisul.
Para Zago, mesmo com o atraso na colheita do cereal empurrando o plantio da soja para o final do período recomendado, as culturas de inverno trazem vantagens ao sistema produtivo. Ele lembra que, além de garantir uma renda importante aos produtores (que sofreram perdas significativas na última safra de soja, em função das chuvas de maio), o trigo traz benefícios para o solo. “As culturas de inverno ajudam a reestruturar a terra e conservar a produtividade, além de gerar uma cobertura de palhada fundamental para mitigar o impacto das chuvas”, afirma o agrônomo. Ele lembra que, em função das instabilidades de mercado, o planejamento da safra deve ser criterioso e sugere fazer a preparação da lavoura o quanto antes, pensando na reserva dos insumos. “Travar o preço de venda de uma percentagem da colheita pode ser uma boa sugestão para aumentar a segurança na rentabilidade”, concluiu.