ASAS DE LIBERDADE

Colunistas Geral

Inês vivia uma vida atribulada, cheia de compromissos, nem sabia o que era isso liberdade. Desde dezesseis anos, começou a trabalhar numa casa de família, depois com dezenove já estava sendo secretária em um escritório, nas horas vagas incluía seu estudo noturno.
O foco todo de Inês era sua formatura em hotelaria, sonhava sempre trabalhar em um lugar turístico e ainda poder ter uma vida diferente da que levava. Morava numa casa simples, localizada na parte mais afastada da cidade, levava geralmente mais de meia hora de transporte todos os dias para ir e voltar. Então chegava exausta, na sua casa moravam sua mãe Estefânia e seu irmão mais velho Josias, que estava sempre incentivando a irmã para seguir seu sonho. Já que ele teve que sacrificar sua entrada na faculdade de enfermagem, porque não teria como conciliar com seu trabalho. E optou por um curso técnico, assim não seria tão longe do que almejou fazer em sua vida.
A irmã era diferente, espírito desprendido, sempre quis ter algo associado às viagens em sua vida. Lidar e tratar com pessoas eram seu dom natural, sempre foi muito elogiada nos locais onde trabalhou por resolver conflitos e dar soluções rápidas nas questões que se depararam dia a dia.
Então essa veia comunicativa era de seu pai, que havia falecido tragicamente em um acidente. Este sendo representante comercial fazia visitas em vários municípios e deixou Estefânia viúva com um menino de nove e uma menina de seis anos. Foram tempos duros para aquela pequena família, ajudados constantemente pelos avós maternos que não saíram de perto dando apoio e carinho.
Só que Inês queria uma vida mais tranquila, num universo totalmente diferente do que estava inserida, o trabalho era bacana, lugar engajado, mas rotina estressante sofria constantes cobranças de sua Chefe imediata, que volta e meia colocava todos os motivos para pedir demissão. Isso refletia no humor e na qualidade de vida que achava saudável para si.
Sua mãe, conselheira, dizia para filha que se tratava de uma fase, logo passaria e tudo voltaria a ser bom para ela. Infelizmente o tempo passava e só a cobrança aumentava, fazendo Inês sentir uma sensação de desconforto cada vez que se arrumava para ir ao emprego.
Parece então que Deus havia ouvido suas preces, numa tarde saindo com as suas amigas, tentando se distrair da vida cansativa que tinha, chega Rafael, amigo de Sandra, uma de suas melhores amigas. E vai conversar com elas, nisso ele fala que havia uma vaga, numa cidade próxima, em que precisavam de alguém para trabalhar num hotel no setor de comunicação, recepcionar e ajudar os hóspedes, bem como se precisarem até guiar em alguns passeios. E aquilo parecia o convite que Inês sempre quis, perguntou como poderia entrar em contato e anotou tudo.
Embora estivesse com medo, enviou seus documentos, agendou virtualmente uma entrevista, falou de seus sonhos e toda sua trajetória de trabalho, bem como suas referências. Fico apreensiva, achando depois que não seria chamada. Passado mais de quinze dias e nada de retorno, voltou ao seu trabalho já conformada que este seria sua permanência por bom tempo. E nisso uma mensagem no meio do dia mudou seu destino.
Era Fernanda, que entrevistou ela para o cargo, dizendo que o outro candidato não se adaptou ao formato que eles estavam procurando, se ela quisesse a vaga de emprego estava disponível a ela, que não se preocupassem com a hospedagem eles tinha própria aos novos funcionários, bem como toda alimentação era somente levar seus pertences pessoais.
Bom Inês, não pensou duas vezes, se demitiu do emprego, falou com a família e comprou sua passagem para o novo emprego. Seis meses se passaram, desafios foram quebrados, sua rotina mudou, assim como todo o aspecto sombrio que cercava sua vida, veio para passar dias na casa da família, feliz, cheia de histórias, algo que resplandecia. Ao final do retorno sua mãe muito sábia além de abençoá-la para o retorno lhe falou algo: “Filha eu te disse que os tempos de escuridão iriam passar, olha que alegria tu está feliz e nós embora distantes vibrando pela tua conquista.” Inês a responde: “Verdade mãe valeu a pena eu criar asas para buscar minha liberdade! Até breve, prometo que o retorno vai ser mais rápido desta vez! Tenho saudades do meu ninho e de vocês que levo sempre comigo onde eu andar!”

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