Estamos em plena Semana Farroupilha, momento em que os nativos do RGS, reafirmam o orgulho de ser Gaúcho, Os Centro de Tradições Gaúchas ficam lotados, nossa Capital do Estado respira tradicionalismo. Cultura que muitos outros povos abraçaram como sendo suas.
Alma Gaúcha: O grito de um Povo que não se rende
Há terras onde o vento canta histórias de bravura, onde o chimarrão aquece a alma e onde cada olhar guarda a força de um passado aguerrido. É o Rio Grande do Sul, e aqui, ser gaúcho é muito mais do que uma naturalidade: é um sentimento, uma herança que pulsa forte em cada coração.
Basta ouvir as primeiras notas do nosso Hino Rio-Grandense para sentir a pele arrepiar. Não é apenas uma melodia; é a voz de um povo que se ergue, que se orgulha de sua história e que, a cada verso, reafirma sua identidade forjada em lutas e conquistas. “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra”, cantamos, e nessas palavras reside a essência de quem somos e do que representamos.
Essa emoção singular tem raízes profundas na história, especialmente na epopeia da Guerra dos Farrapos. Há quase dois séculos, nossos antepassados, estancieiros, peões e guerreiros, cansados das injustiças e da pesada carga de impostos imposta pelo Império, ergueram-se. Não foi um levante qualquer, mas a demonstração visceral de um povo que, unido, decidiu lutar por seus direitos e por sua dignidade. Contra todas as probabilidades, contra um poder central avassalador, a Revolução Farroupilha não foi apenas um conflito por autonomia; foi o berço de uma identidade inabalável, a prova de que a união faz a força e que a liberdade não tem preço.
Desse período de sangue e glória, nasceu um povo forte, com uma fibra que não se dobra. Somos gaúchos, e isso significa ter a resiliência do pampa, a tenacidade do tropeiro e a paixão de quem sabe o valor de suas tradições. Essa garra não se limita aos campos de batalha ou aos debates políticos. Ela se manifesta no dia a dia, na capacidade de se reerguer diante das adversidades, sejam elas econômicas, sociais ou, como temos visto em tempos recentes, as inconstâncias e os desafios impostos pelas forças da natureza. Diante de cada tempestade, de cada enchente, o gaúcho demonstra sua capacidade de não se entregar, de estender a mão ao próximo e de reconstruir, sempre com a cabeça erguida e o espírito indomável.
Que as façanhas do nosso povo, forjadas na união e na coragem, ecoem além das nossas fronteiras.
Que a chama que arde no peito de cada gaúcho sirva de inspiração para outros povos, mostrando que, com fé, união e um inabalável espírito de luta, não há obstáculo grande demais que não possa ser superado. Ser gaúcho é carregar essa mensagem de esperança e resiliência, e é um orgulho que transcende gerações.


