O atendimento no Hospital de Caridade Dr. Victor Lang, em Caçapava do Sul, voltou ao centro da discussão após denúncias feitas por médicos ao Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). Os profissionais relataram condições precárias de trabalho, falhas nas escalas e desvalorização da categoria. Horas depois, a direção da instituição emitiu uma nota oficial contestando as acusações e reafirmando seu compromisso com a comunidade.
Denúncias dos médicos
Segundo o Simers, médicos que atuam na instituição apontaram uma série de problemas durante reunião com a diretora da Região Sul, Renata Jaccottet, nesta quinta-feira (4). Entre as queixas, estão lacunas nas escalas, falta de comunicação prévia por parte da administração e até situações em que não havia anestesista disponível, o que obrigou o encaminhamento de gestantes para hospitais de outras cidades.
Os profissionais também reivindicam reajuste nos honorários, considerados um dos mais baixos do Estado. “O valor pago é aviltante, menor até do que o recebido em profissões que não requerem formação superior”, afirmou Renata.
Além disso, o Ministério Público ingressou com uma ação civil pública contra o Município e o Hospital, buscando regularizar o atendimento de urgência e emergência — com destaque para o pronto-socorro e a área pediátrica. O MP menciona problemas como recursos humanos insuficientes, assistência inadequada às crianças e falta de transparência contábil, já que a instituição opera com apenas um CNPJ, o que dificultaria a fiscalização de repasses destinados ao pronto atendimento.
Posicionamento do Hospital
Após a repercussão, o Hospital de Caridade Dr. Victor Lang divulgou uma nota de esclarecimento, negando irregularidades e destacando que trabalha com responsabilidade e transparência.
A direção afirma manter “condições adequadas de trabalho para médicos e colaboradores”, dentro das limitações financeiras que afetam hospitais filantrópicos em todo o Estado. Sobre o caso envolvendo a falta de anestesiologista, o Hospital reconheceu o episódio, mas classificou-o como “motivada por força maior” e garantiu que nenhum paciente ficou sem assistência, graças a alternativas operacionais acionadas imediatamente.
Em relação à remuneração dos médicos, a direção afirma que o tema faz parte de uma “pauta permanente” entre Hospital, corpo clínico e Prefeitura.
O Hospital também disse prestar todas as informações solicitadas ao Ministério Público e lembrou que a ação civil pública tramita em segredo de justiça.
Compromisso reafirmado
Por fim, o Hospital reforçou seu compromisso com um atendimento “ético, seguro e humanizado”, mantendo diálogo aberto com médicos, Município, Ministério Público e comunidade para aprimorar os serviços oferecidos.
A denúncia do Simers: https://simers.org.br/…/cacapava–medicos-do-hospital…
A resposta do HCVL: https://www.facebook.com/HospitaldeCaridadeDrVictorLang?locale=pt_BR


