A casa é sempre cheia na família Freitas. O casal Ralf e Marisa, que se conheceram bem jovens na região das Pontas do Santa Bárbara, hoje são os alicerces de uma família, com três filhos, sete netos e oito bisnetos.
Marisa, 85 anos, conta que conheceu Ralf quando tinha 14 anos. “Na época, quem tinha estudo saía da cidade para ser professora particular e eu fui para a casa dos pais dele. Foi aí que nos conhecemos, e eu alfabetizei ele, e como alfabetizei”, brinca.
O casal lembra que na época o namoro era aquela troca de olhares e tudo escondido para que os pais de Ralf não vissem e nem desconfiassem. “Era como se não houvesse nada”, lembra Ralf.
Eles namoraram por quatro anos, depois casaram e com o passar do tempo, a Granja São Jorge se tornou o ponto de encontro da família aos finais de semana. “A casa é sempre cheia, às vezes tem mais de 20 pessoas”. Já nas datas comemorativas ou nos encontros da família o número aumenta ainda mais.
Nas horas livres, Marisa gosta de fazer palavras cruzadas, já o Ralf, que sempre gostou de trabalhar na área da pecuária, hoje se dedica a lida da casa e a família.
Eles contam que reparam que tudo evoluiu, desde a época em que eram jovens. “Muita coisa mudou, muita coisa nós não concordamos e é por isso que é importante dialogar e respeitar a opinião dos outros. Hoje está tudo diferente”, analisa Ralf.
Sobre estas mudanças e avanços da tecnologia, Ralf lembra que antigamente o cavalo era o meio de transporte para vir até a cidade, depois a família adquiriu um Chevrolet 37, que o combustível era gasogênio. “Levava uma manhã para virmos do Santa Bárbara até a cidade e chegávamos sujos de carvão por causa do gasogênio”, lembra. “Antigamente dava para contar na mão quantos carros tinha na cidade, hoje, quando vamos no centro é difícil de achar vaga para estacionar”.
Eles também acompanharam os avanços nos meios de comunicação. “Antes, para saber uma notícia nós tínhamos que vir até a cidade. Depois veio o rádio, depois o telefone. Com o passar do tempo, melhorou muito a comunicação. Antes tudo era limitado. Hoje mudou muito, o mundo está aberto e eu vejo que está tudo em excesso”.
O casal acompanhou todas estas mudanças unido e sempre ensinando os filhos, netos e bisnetos que o respeito e o amor resumem a união da família. “Sempre nos ajudamos, se uma pessoa está com um problema, todos se mobilizam para ajudar. Como todas as famílias, nós também temos problemas, mas estamos sempre prontos para auxiliar, isto é conviver em família”, destaca Marisa.
Sobre o segredo para tantos anos de convivência e companheirismo, Ralf revela: “é importante lembrar sempre que ninguém é dono da verdade, é preciso ouvir, dialogar e respeitar. Pensar um com o outro para solucionar problemas e tomar decisões”.
Fonte: Carol Petrin MTE 17.708/RS