Casa dos Ministérios em pauta

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Tombada desde 1994 pelo Iphae, de propriedade particular, a Casa dos Ministérios volta a ser pauta de preservação e restauro

Por William Brasil

Um dia após assumir a Secretaria de Cultura e Turismo, o Secretário Stener Camargo recebeu a notícia que cedeu mais uma parte do telhado da Casa dos Ministérios – que, apesar da importância histórica ao município e Estado, é de propriedade particular, mas, que, conforme boa parte da população e do Executivo, é de interesse Público manter em pé o estabelecimento. Para tanto, Stener tem dialogado com diversos setores de patrimônio, cultura e jurídico em busca de alternativas para o resgate do local.

Na última semana, o secretário, acompanhado de seu adjunto, Erni Rocha, se reuniu com Dorotéo Fagundes, responsável pelo Instituto Cavaleiros Farroupilhas – que tem interesse em transformar o local em um Espaço multicultural do Estado e sede do Instituto- e uma equipe de engenheiros e arquitetos da Alfa Ideias, que apresentaram uma proposta para o projeto.

A reunião, que ocorreu através do intermédio do ex-Secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Flávio Monteiro, que estava presente, teve ainda a participação da Imprensa Municipal e Secretaria Geral (Cássia Freitas) e vice- prefeito Luiz Guglielmin.

A ideia do Instituto, em Parceria com a Prefeitura, é transformar o espaço num local multicultural contendo biblioteca, filmoteca, museu, secretaria, sala de reuniões modernizada, salão de atos e eventos, cozinha, churrasqueira e adega – de apoio de eventos-, iluminação e sonorização cénica e oferecer acessibilidade. Além de resgatar uma sala secreta da maçonaria e uma sala de memória da imprensa, pois na Casa também foi editado o 1º jornal impresso no município, o Jornal do Governo da República Rio Grandense, O Povo.

“Nosso sonho é que a casa proporcione o desenvolvimento de eventos a serviço da comunidade e que a história dela, dos Guerreiros Farrapos, da Imprensa local e Estadual, não virem ruínas e desapareçam”, disse Fagundes.

“A Prefeitura tem dialogado com o MP, Iphae, proprietários, projetistas e até mesmo com empresas locais, buscando alternativas jurídicas, e possibilidades de restauro, cujo orçamento ultrapassa R$3milhões, para que seja dentro dos Padrões exigidos de restauro de Patrimônio Histórico. Estamos agindo para tentar viabilizar, mas sabemos que é burocrático, uma vez que o imóvel é de propriedade particular e que o município, representado pela Secretaria, não teria condições de assumir com o valor, que representaria praticamente todo o orçamento da Secretaria por pelo menos 3 anos e inviabilizaria o restante das demandas da pasta de cultura e turismo”, completou Stener. Casa dos Ministérios.

A Casa dos Ministérios, também conhecida como Casa Ulhôa Cintra, é um exemplar da arquitetura luso-brasileira, já teve diversos donos e é de propriedade particular. Desde 2014 o Ministério Público tem ação sobre o imóvel para que sejam feitos reparos pelos proprietários atuais para evitar a depredação, porém, como se trata de IPHAE, os valor de restauro é elevado. Após a Revolução Farroupilha, ainda no Século XIX, a Casa foi residência de Ulhôa Cintra e Família, além de espaço de exibição de filmes.

O local também já foi sede do Clube União Caçapavana (de 1902 a 1908), e do Museu Lanceiros do Sul (década de 70), segundo a Pesquisa de Historiadores da Alfa Ideias.

Além da Casa dos Ministério, são tombados pelo IPHAE a Casa Borges de Medeiros, o antigo prédio do Fórum, atual Casa de Cultura que abriga o Museu, Biblioteca e Arquivo Histórico. O Forte Dom Pedro II é também tombado, porém pelo IPHAM.

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