Após 10 meses de trabalho, a Casa de Cultura Juarez Teixeira (CCJT) abre oficialmente suas portas dia 21 de outubro em Caçapava do Sul. A iniciativa — de caráter privado, mas sem fins lucrativos — pretende ser um espaço de arte, memória, cultura e convivência para a região.
Por um lado, o espaço conta como era a vida cotidiana no campo e na cidade nos séculos XIX e XX por meio de uma coleção de mais 500 objetos do médico e pesquisador Juarez Teixeira, adquirida ao longo dos últimos 20 anos e oriunda de doações de amigos e outros colecionadores. Por outro, quer ser um ponto de cultura que também olha para o futuro, tanto que se inaugura com o lançamento oficial da Feira do Livro Sem Fronteiras e cinco sessões simultâneas de autógrafos.
A Casa tem 13 ambientes, contando com um Pátio Cultural ao ar livre. Parte deles reproduz uma casa antiga com seus respectivos objetos, como sala de jantar, quarto de casal e das crianças, cozinha e galpão. Outros reúnem objetos de diferentes naturezas, como, utensílios para costura e artesanato em lã (máquinas, ferros de passar, teares e rocas) e instrumentos usados por profissionais como barbeiros, médicos, padres, sapateiros. Um dos espaços nos mostra como a tecnologia evoluiu rapidamente e inclui objetos de imagem e som (projetor de cinema, gramofone, eletrola, toca-discos, rádios, telefones, máquinas fotográficas, filmadoras). Espalhadas pela Casa, fotografias que contam a história da construção cidade.
A CCJT tem ainda uma pequena galeria de arte para mostras de artistas locais; um hall com piano, para concertos íntimos, e uma loja com artesanato e peças de design regional. No futuro, terá um bistrô ou café.
Entre as peças mais significativas da Casa estão o órgão da Igreja Matriz, de 1930, que estava abandonado e foi totalmente reformado, e dois pianos restaurados, sendo um de quase 100 anos. O acervo inclui muitos objetos curiosos, que vão desde uma palmatória até placa e carteira de condutor de veículos de tração animal. Há uma área dedicada a brinquedos que caíram em desuso, mas que possuem forte valor afetivo até hoje, como bilboquês, cinco-marias e bodoques.
A montagem da Casa contou com a curadoria da jornalista Gisele Teixeira, especialista em gestão e salvaguarda de patrimônio cultural imaterial, do produtor cultural e professor de história João Timotheo Esmerio Machado e do designer de ambientes Luiz Antonio da Silva Beck.
A abertura ocorrerá na semana de aniversário de Caçapava do Sul. Confira a agenda da inauguração:
Programação de inauguração:
21. 10 (quinta)
– 19h – Abertura oficial para autoridades
22.10 (SEXTA)
– 18h – Abertura oficial para o público.
– Exposição “Estava assim quando a gente chegou” – 20 fotos que mostram o processo de montagem da Casa de Cultura
– Conversa com a equipe da Casa, Juarez Teixeira, João Timótheo Machado, Gisele Teixeira e Luiz Antônio Beck)
– 19h30 – Pocket-show de choro e samba antigo
23. 10 (SÁBADO)
– 16h30 – CINCO AUTORES NA CASA – sessão simultânea de autógrafos, cada escritor numa sala da Casa de Cultura, com os escritores:
Alcy Cheuiche – lançamento do livro “Uma Vela Acesa Descendo a Correnteza”
Ariane Severo – autógrafos de “Freud de Viena a Paris”
André Dalmazzo – autógrafos de “De Cola Atada – ditos no Sul”
Juarez Teixeira – autógrafos de “Parando Rodeio nas Lembranças”
Ricardo Mayer – autógrafos e lançamento do livro “Bombas de Chimarrão, Origens, Tradição e Cotidiano”
– 18h – Lançamento da Feira do Livro Sem Fronteiras (http://www.feiradolivrosemfronteiras.com.br)
– 18h30 – 21h – Serenatas da Casa – encontro de músicos que participam do projeto
24. 10 (DOMINGO)
A partir das 11h – Mateada e Exposição de carros antigos (10 carros de colecionadores locais, entre eles DkwVemaguet 1962, DkwBelcar 1964, Volkswagen Karmann-ghia 1964, Kombi 1975)
Exposição de fotos da montagem da Casa de Cultura
Exposição “Bombas de Chimarrão, expressões de identidades culturais” – 10 painéis, com imagens ilustrativas dos séculos XVIII a XX obtidas, em bibliotecas, arquivos, museus e com artistas.
Fotos da Casa: Gisele Teixeira
Fotos do fundador e curadora: Guilherme Félix