No segundo compromisso de terça-feira (15), a convite do presidente da Assembleia Legislativa do RS, Valdeci Oliveira, o presidente da Câmara de Vereadores de Caçapava do Sul, Luis Fernando Torres – Boca (PT), acompanhou a Missão Oficial de deputados estaduais que estão em Brasília para buscar apoios contra os duros reflexos da estiagem no Rio Grande do Sul.
A reivindicação foi feita diretamente ao secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Marcos Montes, pela comitiva de parlamentares gaúchos presentes na Missão, que é coordenador pelo deputado Valdeci, e também por uma série de outros deputados federais e senadores gaúchos, que marcaram presença na atividade.
“Fomos bem recebidos, houve boa vontade em dialogar, mas ficou nítido que o governo não se organizou ainda para enfrentar a situação com medidas concretas. Falta coordenação e disposição política. Os ministérios não sabem de onde tirar os recursos necessários. ”, destacou Valdeci Oliveira.
“A conclusão que a gente chega depois de todas estas reuniões, é que o Governo não tem projeto nenhum para atender as comunidades que estão sofrendo com a falta de água nos municípios do Rio Grande do Sul. Outro fato que ficou bem claro, é que não há projetos nem para curto-prazo, nem longo-prazo, porque estas questões da seca se repetem periodicamente de três em três anos no Estado. É de extrema necessidade serem criados projetos para prevenir estes períodos de grande estiagem, sendo que em alguns lugares, pessoas não estão nem tendo água para beber, inclusive em localidades do interior de Caçapava, percorrendo longas distâncias para buscar água, porque os caminhões pipa não chegam até certas localidades. Então já passou da hora de desenvolverem projetos para prevenir futuros problemas e resolver imediatamente o problema dessas famílias sem água para beber.”, ressaltou Boca Torres.
De acordo com o secretário Montes, para atender as demandas emergenciais geradas pela estiagem no RS, são necessários de R$ 2,9 a R$ 4 bilhões. Conforme ele, essa verba, que possibilitaria o destravamento das operações subsidiadas do Plano Safra (suspenso no momento) e também a liberação de recursos para o crédito emergencial, não existe atualmente no orçamento da União. A alternativa apontada pelo representante do governo é que seja votado um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) que preveja o remanejamento de mais de R$ 2 bilhões para o combate à seca no estado.
“Mas isso é uma questão que só vai se desenrolar pelo final de março, o que para nós é muito tarde. Esse retorno me deixou muito angustiado pela gravidade da situação”, disse Valdeci. “Estamos preocupados porque precisamos de uma solução o mais rápido possível”, finalizou Boca.