A informalidade na economia brasileira é altíssima, hoje temos segundo do IBGE aproximadamente 40 milhões de pessoas nessa situação, sem um emprego com carteira ou um negócio formal, algo que vem de anos, mas que com a pandemia se elevou muito. Mas é preciso voltar no tempo para entender onde tudo começa a acontecer de forma mais visível. O mercado de trabalho no Brasil é impactado pela urbanização que começa a se acelerar após os anos 1930, anos de grandes transformações econômicas e sociais, implantação da indústria brasileira pelo governo de Getúlio Vargas, criação das leis trabalhistas, implantação do salário mínimo, fazendo com que de 1930 a 1980 tenhamos um período de evolução no mercado de trabalho brasileiro.
Mas as coisas pioram quando cresce a concentração da população nas cidades, a urbanização que retira as pessoas dos campos e leva a cidade sem uma política pública que pudesse ajudar nesse processo, essa transformação leva a proliferação de favelas, e subúrbios habitados por uma população pobre, engajadas em atividades precárias, essas ligadas ao comércio ambulante, ao trabalho doméstico, criando dificuldades desses ao processo educacional. Para se ter uma ideia, em 1940, dois terços da população brasileira viviam nas zonas rurais, e um terço nas cidades. A partir dos anos de 1980 Essa situação vai se inverter, com dois terços da população morando em regiões urbanas, contra um terço da população morando na zona rural.
Entre os anos de 1980 a 2000 tivemos um período muito ruim na economia, crises econômicas que levaram ao aumento da inflação, crescimento da dívida externa e interna, recessão, desemprego entre outras coisas que contribuíram para o aumento da informalidade, pessoas precisam de dinheiro para viver se não conseguem empregos formais acabam fazendo bicos ou tendo o seu próprio negócio, muitas vezes sem qualquer documentação caracterizando-se de informal esse tipo de atuação. Podemos culpar ainda a nossa legislação trabalhista que mais atrapalha do que ajuda, não gerando confiança em quem contrata e dificultando quem deseja ter o seu próprio negócio.
Mas a falta de capacitação do brasileiro para um mercado de trabalho altamente tecnológico e globalizado é hoje o maior gerador de informais, já que não achando uma vaga de emprego se jogam na informalidade, as indústrias hoje usam a robótica o comércio cada vez mais eletrônico, sobram a construção civil e as áreas de serviços como fonte de trabalho. O grave nisso tudo é que o nosso processo educacional não ajuda, hoje mais distribui diplomas do que capacita para um mercado altamente exigente.
