A economia brasileira está em risco

Colunistas Geral

Nenhum país é uma ilha autossustentável no cenário mundial de hoje. A globalização transformou o planeta em um complexo ecossistema econômico e social, onde nações estão intrinsecamente ligadas por cadeias de suprimentos, acordos comerciais, fluxos de capital e intercâmbio cultural.
Complementaridade de Recursos e Produção
Nenhum país possui todos os recursos naturais, tecnológicos ou a capacidade produtiva para satisfazer integralmente as necessidades de sua população. O Brasil, por exemplo, é um gigante na produção agrícola e de minérios, mas depende da importação de certos componentes eletrônicos, maquinários específicos ou tecnologias avançadas de outros países, medicamentos, entre tantos outros. A troca permite que cada nação se especialize naquilo que produz de forma mais eficiente (vantagem comparativa), otimizando a alocação de recursos em escala global.
Acesso a Mercados e Escala Produtiva:
Para economias com grande volume de produção, como a brasileira em setores como agronegócio e commodities, o mercado interno muitas vezes não é suficiente para absorver toda a oferta. A exportação é vital para escoar essa produção, permitindo que as empresas atinjam uma escala de produção que reduz custos e aumenta a competitividade. Manter e expandir parceiros comerciais significa garantir demanda para os produtos brasileiros, o que é essencial para a saúde financeira das empresas exportadoras.
Geração de Empregos e Renda:
No caso de falência de empresas exportadoras ou a redução de suas operações devido à perda de mercados estrangeiros tem um impacto direto e devastador no emprego. Milhões de trabalhadores dependem indiretamente do comércio exterior. As exportações geram receita para as empresas, que se traduzem em salários, impostos e investimentos, impulsionando a economia como um todo.
O Caso do Brasil
Para o Brasil, um país com uma economia de dimensões continentais e uma forte base de commodities, manter uma política externa ativa e pragmática é indispensável. Historicamente, o país tem buscado diversificar seus parceiros, balanceando relações com blocos tradicionais (Europa, EUA) e emergentes (China, outros países do BRICS, África, América Latina). Ignorar a importância das relações internacionais e do comércio seria um erro estratégico com consequências severas, levando a:
Perda de Competitividade: Empresas isoladas perdem acesso a mercados e a tecnologias de ponta.
Desindustrialização/Desagrarização: A incapacidade de escoar a produção pode levar ao fechamento de fábricas e à diminuição da atividade agrícola. Empobrecimento: Com menos exportações, há menos divisas, o que pode desvalorizar a moeda, encarecer importações e reduzir o poder de compra da população. Dívidas e Crises: A falta de receita externa pode dificultar o pagamento de dívidas internacionais e gerar crises cambiais.
Em suma, a prosperidade de uma nação como o Brasil, em grande medida, está atrelada à sua capacidade de navegar e interagir efetivamente no complexo e interconectado cenário global, sempre com respeito às normas e buscando o equilíbrio em suas parcerias. Portanto, o Brasil não deve rasgar acordos ou desfazer parcerias comerciais sob pena de colocar toda a economia em risco.

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