A mulher, a monja

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No dia 08 de março comemorou-se o Dia Internacional da Mulher. Realmente é uma data que deve ser comemorada. Foram muitas conquistas até aqui. Se voltarmos um pouco no tempo veremos que em 1916, o marido tinha direito de aplicar castigos físicos à mulher. Foi somente em 1932 que a mulher teve direito ao voto. Em 1962 com o estatuto da mulher casada, a mulher deixou de ser considerada civilmente incapaz, foi permitido à mulher trabalhar fora de casa. Somente com a Constituição Federal de 1988 foi consagrada a igualdade jurídica entre homens e mulheres (Art. 5º I). Já em 2002, com o Código Civil, o termo jurídico “pátrio poder” foi substituído por “poder familiar”. A Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, foi promulgada em 2006 e recentemente, em 2015, o feminicídio – assassinato de mulher cometido pela condição de sexo feminino – foi incluído como uma modalidade de homicídio qualificado.
Então, se no dia 08 de março as mulheres puderam sair para comemorar com as amigas, dirigir seus carros até um restaurante, pedir uma taça de vinho num bar, é porque em algum momento da história alguém lutou por isso. Mas o momento não é apenas de comemoração, ainda há muitas conquistas pela frente. A data deve servir como conscientização e reflexão. Por isso entre as inúmeras atividades do Dia Internacional da Mulher, eu, um grupo de caçapavanas e uma amiga sepeense empoderada, optamos por refletir, num encontro emocionante e pleno, com a Monja Coen. Ela é fundadora da Comunidade Zen-Budista do Brasil, criada em 2001, com sede em São Paulo.
Entre tantas histórias e ensinamentos apresentados pela monja, o que mais marcou foi a seguinte frase “se houver mais mulheres na política, na economia e no assistencialismo” talvez o matriarcalismo ressurja. Numa sociedade extremamente patriarcal, é necessário que esse movimento ganhe força, não para se sobressair, mas para que alcancemos uma condição de igualdade. É preciso que o número de homens e mulheres ocupando cargos de chefia e liderança seja proporcional, não distante como é hoje. Só assim teremos uma sociedade mais justa.
As mulheres têm um olhar mais sensível para realidade, dão leveza à vida e por isso não perdem o prazer da existência. O que falamos, pensamos ou fazemos mexe na trama da existência. As mulheres conseguem se conectar a essa trama com mais facilidade, seja por intuição ou por sabedoria acumulada. As mulheres têm o dom de adaptar-se e reinventar-se sempre que necessário, por isso reagem melhor às transformações e reconfigurações que a vida nos impõem.
Então mulheres e homens com disposição, sejamos a ponte da esperança. Ser bonzinho ou inteligente não serve para nada se não colocarmos em prática. Busquemos maturidade espiritual para reavaliar nossas verdades. Não sou budista, embora me sinta conectada com essa filosofia. Simpatizo e percorro algumas religiões as quais me identifico. Posso dizer que sou jornalista, curiosa, sou mulher, sou aquilo que eu quiser ser. Conheço a mim. Quando nos conhecemos, tudo que as pessoas pensam a nosso respeito, não nos ofende. Namastê!

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