Uma Expointer pra curar incertezas

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Agosto, sem dúvida, é um mês decisivo em 2018. Encerraram-se os prazos das convenções dos partidos e dos registros das candidaturas para as eleições deste ano. E há também um evento que, se não faz parte oficialmente do calendário eleitoral, pelo menos é vital para o período: a abertura da Expointer 2018, que celebrará a 41ª edição da maior feira agropecuária da América Latina.
Cada espaço do Parque Assis Brasil será disputado palmo a palmo por candidatos à presidência, governo do Estado e senado, sem contar a multidão de postulantes aos parlamentos da Nação e do Estado. Porém, mais importante que ouvi-los falar, é fazer com que ouçam. O agronegócio, que ao longo das últimas décadas foi a base da prosperidade sobre a qual sucessivos governos federais ergueram suas ações, hoje está seriamente atingido pela incompetência sistêmica na gestão da crise macroeconômica, que depois de devassar a indústria e o comércio, agora cobra um preço caro do campo.
A bovinocultura é um capítulo à parte, vítima do abandono da União e do Estado, que mataram as políticas sanitárias com suas medidas de contingenciamento, a ponto de a tristeza parasitária,e o carrapato estarem gerando perdas aviltantes, sem que se tenha acesso a uma vacina sequer nas sucateadas inspetorias veterinárias. O baixo preço pago aos caminhoneiros parou a nação e desestabilizou a economia, mas o preço vil pago ao produtor de carne ou de grãos segue sendo uma bomba social prestes a ser detonada.
A imprensa fala de incertezas no cenário político. Pois a Expointer é o ambiente perfeito para curar a moléstia da dúvida na classe política tradicional. O produtor não tem dúvida que é momento de mudança, de deixar claro aos candidatos que brincar de ecologia à custa do pecuarista, condenando uma exportação altamente eficiente como a de gado vivo para o exterior, é intolerável. Que silenciar sobre as assimetrias comerciais do Mercosul é demonstrar com quem se está comprometido. E que a negligência com o setor mais vital da nação, que é a produção de alimentos, não será recompensada com o voto. Se a mídia e os políticos estão com incertezas, é tempo de deixá-los muito certos do que queremos.

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