QUATRO RÉUS ACUSADOS PELO MPRS SÃO CONDENADOS POR HOMICÍDIO DOLOSO

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Quatro réus foram condenados na quinta-feira, dia 26 de outubro, por matar um homem dentro da própria casa no início do ano de 2021 em Caçapava do Sul, na Região Central do Estado. Conforme denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), eles foram responsabilizados por homicídio doloso qualificado, por motivo fútil e que impossibilitou a defesa da vítima.

Um dos réus, apontado como mandante do crime, recebeu uma pena de 22 anos, 8 meses e 8 dias de prisão. Outros dois, ambos executores, foram condenados, cada um, a 16 anos e 6 meses de reclusão. Mesmo tempo de prisão que recebeu a quarta ré. Todos em regime fechado.

A vítima, que tinha 25 anos e era natural do município, foi assassinada por desavenças envolvendo o tráfico de drogas. Este foi mais um julgamento que contou com a contribuição do Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ), criado neste ano pelo MPRS.

A promotora de Justiça Luciane Wingert – por meio do NAJ – atuou na acusação junto com o promotor de Justiça Gustavo Ritter. O julgamento iniciou às 8h30 de quinta-feira e teve o depoimento de quatro testemunhas: dois policiais civis, o pai e um amigo do homem assassinado. Depois, ocorreu o interrogatório dos réus, sendo que três permaneceram em silêncio e um deles, que confessou ter atirado na vítima, respondeu perguntas apenas do seu advogado. A sentença foi lida pelo juiz Fabrício Teixeira por volta das 22h.

DEBATES

Os debates, com réplica e tréplica, iniciaram ainda no período da tarde e terminaram por volta de 20h30 de quinta-feira. A promotora Luciane Wingert, que voltou à Caçapava do Sul, onde atuou pela primeira vez há mais de 20 anos, destacou que “voltar para a cidade onde comecei e fui muito bem acolhida pela comunidade foi uma experiência muito boa. Mas por outro lado, em relação ao processo, dá uma certa tristeza porque, quando eu trabalhei aqui, não havia este tipo de crime, execuções em decorrência de tráfico”.

Para Luciane Wingert, foi realizado um ótimo júri por todas as partes, destacando que o resultado foi extremamente satisfatório porque a acusação foi acolhida na íntegra. Também estiveram presentes os promotores de Justiça Gustavo Ritter e Gustavo Blumer Alves. Gustavo Ritter, que participou diretamente do plenário, disse que “este caso teve atuação de vários promotores, com a tese do MPRS sendo sustentada nesta quinta-feira pela promotora Luciane. Os jurados acolheram todas as pretensões ministeriais com a condenação dos quatro réus. O MPRS analisará a decisão com mais calma nos próximos dias para eventual recurso”.

Os quatro réus – três homens e uma mulher –, que já estavam detidos, tiveram as prisões mantidas. Conforme a decisão do júri, dois homens foram responsabilizados por serem os executores, e um terceiro, o mandante. A mulher, que era na época companheira do mandante, auxiliou na entrega da arma do crime, bem como em ocultá-la posteriormente. Além disso, ajudou os dois executores a se esconderem.

O CRIME

No dia 28 de fevereiro de 2021, os dois executores, conforme ordem do mandante, foram na residência da vítima para que ela realizasse a cobrança de drogas que havia vendido em bairro do município. Como houve negativa, os dois foram embora, mas voltaram com duas armas e, dentro de um quarto da residência, ambos atiraram várias vezes no jovem. Mesmo baleado, o homem buscou socorro, com ajuda de uma testemunha, na casa do seu pai. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu em hospital local.

Texto e fotos: MPRS

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